INSCRIÇÕES ABERTAS para oficinas do projeto Mulher, Yabás bailam em ti 3ª Edição - 2024

 

É preciso realizar a inscrição para participar das oficinas.


Fique atento às datas de realização de cada oficina que você escolher.

A inscrição de cada oficina será fechada 4 dias antes de sua realização.

Para cada oficina serão oferecidas 30 vagas, caso as inscrições excedam as vagas disponíveis, estarão inscritos os 30 primeiros formulários.

Os primeiros 30 inscritos serão notificados por e-mail e whatsapp e sua confirmação será solicitada. Verifique periodicamente seu SPAM. Se não houver confirmação, sua vaga será disponibilizada para outra pessoa.

Todas as oficinas serão realizadas em Guarulhos:
Av. Lagedao 433 • Cidade Soberana • Guarulhos • SP

Fique atento às datas e horários. As vagas são limitadas. Se você não puder comparecer à oficina, deixe a vaga aberta pra outra pessoa.

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Veja abaixo quais Yabás serão abordadas e as datas correspondentes:


MARÇO/2024

Inscrições abertas!

IBEJI (inscrições abertas)
Data da oficina: 23/03
Horário: das 9h às 12h

EWÁ (inscrições abertas)
Data da oficina: 30/03
Horário: das 9h às 12h

ABRIL/2024

Inscrições abertas!

OXUM (inscrições abertas)
Data da oficina: 06/04
Horário: das 9h às 12h

OBÁ (inscrições 
abertas)
Data da oficina: 20/04
Horário: das 9h às 12h

OYÁ (inscrições abertas)
Data da oficina: 27/04
Horário: das 9h às 12h

 

MAIO/2024

Inscrições abertas!

YEMANJÁ (inscrições abertas)
Data da oficina: 04/05
Horário: das 9h às 12h

NANà(inscrições abertas)
Data da oficina: 11/05
Horário: das 9h às 12h

 

JUNHO/2024

Encerramento • Confraternização ao final do projeto:
01/06 - Horário: das 9h às 12h
Confraternização com todos os alunos e convidados e apresentação do grupo de dança.

Ibejis ou Erês

Data da oficina - 23/03/2024 das 9h às 12h
Local - Av. Lagedao 433 • Cidade Soberana • Guarulhos • SP

Inscrições CLIQUE AQUI.
 

AS CRIANÇAS - Alegria e inocência

Compreende o primeiro ciclo da mulher, dos 0 aos 7 anos de idade.


Eles representam a alegria e a inocência do dia a dia. É nesta fase que o corpo começa a receber a influência do contexto à sua volta. Quando a criança brinca com a água, o barro, os seres vivos e com outras crianças, está aprendendo o princípio mais importante da energia: reciprocidade.





Trocando em miúdos,


Ibejis são divindades gêmeas infantis. É um orixá duplo e tem seu próprio culto, obrigações e iniciação dentro do ritual. Divide-se em masculino e feminino (gêmeos). Em Oyó cultua-se como erês ligados às qualidades de Sangô e Osun. Popularmente conhecido como Xangô e Oxun de Ibeji.






Sincretismo religioso

É a prática de se misturar elementos de religiões diferentes, na tentativa de se estabelecer uma similaridade ou paridade que, de fato, não existe.

No caso em questão, reflete-se na pretensão de se dar "aparência católica" a um sistema de crenças completamente diferente ou oposto àquilo que prega o catolicismo. Lamentamos especialmente o fato de que, em nossos dias, tanto a mídia secular quanto parte das próprias instituições católicas ajudam a promover o sincretismo como se fosse coisa muito boa, louvável, digna e justa – como se fosse coisa cristã.

Lamentamos porque, segundo a fé cristã de sempre, é algo nocivo para as almas. Respeitar a liberdade religiosa de cada um e saber conviver, pacífica e respeitosamente, com as diferentes crenças, é uma algo que incentivamos. Assumir e promover o sincretismo religioso é outra coisa, completamente diferente.

Leia mais clicando AQUI.



Como foi a sua infância


Essa é a primeira pergunta que devemos fazer antes de falar dos Ibejis.
Agora que você teve seu flash back vou contar alguns trechos da mitologia destas crianças peraltas.


“....Os gêmeos traquinas traziam fogo para casa e o fogo incendiava o lar de Egbé.
Sua casa estava assim, sempre em reparo, sempre refeita das cinzas.....”

Mitologia dos Orixás (Reginaldo Prandi), pg 373


Traquinas. Essa é uma das definições mais usadas quando falamos de crianças. Mas como disse em outras ocasiões “crianças são como um caderno em branco”. Elas não nascem traquinas ou qualquer outro adjetivo que busquemos para defini-las. Elas se transformam de acordo com a criação que recebem.

A cultura da família é impressa nas primeiras páginas desse caderno em branco.
O que comer, o que beber, onde ir, quando dormir, quando acordar, o que fazer ao longo do dia. E tudo isso depende dos membros da família para serem “impressos” de forma correta.

Tenho um exemplo bem típico dessa “impressão” aqui no meu terreiro. Minha filha Giselda tem um bebê com um pouco mais de um ano. José, em sua inocência, já entendeu que na casa da mamãe tem horários definidos e padrão bem especifico. Já aqui na casa da “bó” como o que quero na hora que quero, rsrs.

Ele vai crescer com esse entendimento, e no futuro com certeza vai ter alguém que vai chama-lo de traquina pois não sabe esperar os horários de alimentação aqui na minha casa. Mas nunca vai perguntar quem o ensinou a ser assim.

Na cultura afro brasileira o mais novo aprende com o mais velho, isso não só no referente a idade. Quem já teve oportunidade de conviver com os membros das religiões de matriz africana pode perceber que essa tradição é mantida até hoje. Dentro da religião a idade cronológica não conta muito visto o momento da iniciação ser considerado renascimento, e a partir dele, começamos a contar o “tempo de santo” que cada iniciado tem.

Um novo membro dessa comunidade é tratado como um bebê pelos membros mais velhos. Não pensem que é fácil para um adulto ser tratado como criança. É muito interessante ver como as pessoas se sentem afrontadas quando recebem a orientação de que, a partir daquele determinado momento, precisam perguntar aos mais velhos “de santo” o que podem ou não fazer. O incômodo é ainda maior quando este mais velho “de santo” é mais jovem cronologicamente.


“....Nesta mesma época, a Morte colocou armadilhas em todos os caminhos e começou a comer todos os humanos que caíram em suas arapucas.
....Os ibejis então armaram um plano para deter Icu (a morte).
.... O ibeji que ia pela trilha ia tocando seu pequeno tambor.
Tocava com tanto gosto e maestria que a Morte ficou maravilhada...
...Os gêmeos  venceram.
Foi assim que salvaram os homens e ganharam fama de muito poderoso...”

Mitologia dos Orixás (Reginaldo Prandi), pg 375





Esse mito é muito lindo e esclarecedor, procurem ler na íntegra.

Os adultos em pânico com medo da morte e crianças, em sua inocência, felizes, sem carregar o peso da consciência dos riscos que nós enxergamos em todos os lugares o tempo todo.

Onde esse mito está presente em nossas vidas?

Vejo crianças vencendo a morte todos os dias e em todos os lugares. Vejo crianças vencendo a morte quando pedem esmola para ter o que comer, quando conseguem chegar à adolescência vivendo na rua ou em áreas de vulnerabilidade social.

Vejo crianças vencendo a morte quando elas tem saúde, mesmo vivendo em locais sem água ou esgoto tratados. Vejo crianças vencendo a morte quando são filhos de pessoas sem perspectiva alguma de futuro e elas sonham em estudar e ter alguma profissão ou negócio próprio.

Vejo Ibejis vivos fazendo morada em cada uma destas crianças e deixando nelas a alegria capaz de levar o ser humano a vencer qualquer desafio. A força capaz de levar o ser humano a acolher e proteger o outro apenas por ele estar precisando.


Questione-se:

Como você criou ou vai criar seus filhos?

Minha mãe diz que eu criei os meus “como Deus criou batata”, rsrs.

Criei meus filhos para o mundo e não pra mim. Foi uma decisão muito difícil pois resistir à vontade de mantê-los aqui “embaixo das minhas asas” foi quase impossível. O me deu forças foi pensar que eu não poderia estar ao lado deles o tempo todo e por essa razão precisava prepará-los para saber o que fazer quando estivessem sozinhos.

Quando eles chegaram, me trouxeram uma série de responsabilidades que me obrigava a seguir em frente. Buscando sempre conquistar o melhor para mim e por consequência para eles.


Questione-se ainda mais:

O que você está ensinando para as crianças a sua volta?

Você tem ensinado às crianças a sua volta que somos todos iguais?





Ewá

Data da oficina - 30/03/2024 das 9h às 12h
Local - Av. Lagedao 433 • Cidade Soberana • Guarulhos • SP

Inscrições CLIQUE AQUI.


A pureza e a transformação

Compreende o segundo ciclo da mulher, dos 7 aos 14 anos de idade.


Ela é a linda virgem que no primeiro momento representa a pureza e no segundo momento a rebeldia e a transformação.

Na mitologia africana existem duas lendas importantes sobre ela, uma conta sua chegada em uma família muito diferente dela e outra apresenta a sua fuga para um mundo seu, transformando-se em vapor e se dissipando para não ser obrigada a casar.





Trocando em miúdos


Dia da semana: sábado
Cores: vermelho vivo, coral e rosa, amarelo
Símbolos: lira, arpão, ofá
Elementos: florestas, céu rosado, astros e estrelas, mata virgem
Domínios: beleza, vidência (sensibilidade, sexto sentido), criatividade, possibilidades
Saudação: Ri Ro Ewá!
Oferendas: Eja isu - peixe com inhame, salada de milho/feijão/côco


O Orixá Ewá ou Iyewá, é uma bela virgem que Xangô se apaixonou, porém não conseguiu conquistá-la. Ewá fugiu de Xangô e foi acolhida por Obaluaiye que lhe deu refúgio. Ewá mora nas matas inalcançáveis, ligada a Iroko e Oxóssi, e tornou-se uma guerreira valente e caçadora habilidosa. Ewá é casta, a Senhora das possibilidades.*

Euá é representada pelo igbá àdó kalabá (cabaça com tiras de ráfia).


Sincretismo religioso

No dia 13 de dezembro comemoramos o “Dia de Ewá” sincretizada pela igreja católica com “Santa Luzia” que domina a vidência assim como esta orixá.
Ewá, orixá do rio Yewa, que fica na antiga tribo Egbado (atual cidade de Yewa) no estado de Ogun na Nigéria.



Que fase difícil!


Os primeiros contatos com os espaços coletivos que farão parte do restante das nossas vidas.

O reconhecimento das primeiras responsabilidades e os primeiros passos em direção à famosa “opinião própria”.

Você consegue se lembrar do que gostava de fazer quando tinha 7 ou 8 anos?
Eu me lembro que essa foi uma época muito boa em termos de brincadeira. Eu podia brincar de fazer comidinha, fazer roupas para as bonecas com tiras de pano e de ser mãe das bonecas... Mentira!

Na verdade, eu gostava mesmo era de jogar bolinha de gude e empinar pipa com os meninos (escondido é claro).

Naquele tempo as meninas não podia apenas se divertir com as brincadeiras que tivessem vontade. Eram obrigadas a “brincar” de ser mãe, esposa, dona de casa e todas essas coisas para as quais as mulheres são direcionadas quando criança.



“....Nanã queria o melhor para seus filhos, queria que Ewá casasse com alguém que a amparasse...
Eram tantos pretendentes que logo uma contenda entre eles se armou.
Ewá fez os ebós encomendados por ifá.
Os ventos mudaram, os céus se abriram, o sol escaldava a terra e, para o espando de todos, a princesa começou a desintegrar-se.
Foi desaparecendo, perdendo a forma, até evaporar-se completamente e transformar-se em densa e branca bruma...”

Mitologia dos Orixás (Reginaldo Prandi), pg 233


Todas as pessoas à sua volta se comportam como se você fosse alguém incapaz de pensar, conversar ou decidir sobre qualquer coisa.
Dificilmente nessa fase, temos o direito de ser consultados ou opinar sobre nossas vidas.
Me lembro bem que em vários momentos desta fase tudo que queria era virar nevoa e desaparecer.





 “...Ewá era filha de Obatalá e vivia com o pai em seu palácio.
Era uma jovem linda, inteligente e casta.
Ewá nunca havia demonstrado interesse por homem algum.
Um dia, chegou ao reino um jovem de nome Baromu.
Dias depois todos já cochichavam que Ewá estava enamorada do forasteiro.
Obatalá riu-se da história pois confiava em sua filha.
Obatalá garantiu que ela ainda era uma flor nova e que não queria
Experimentar desse encanto....”

Mitologia dos Orixás (Reginaldo Prandi)



Já parou para pensar o porquê das mulheres serem criadas para não se interessarem por sexo e os homens, exatamente para oposto?

Se Ewá fosse um homem, será que seu pai teria dito que ela ainda era uma “flor nova e que não queria experimentar desse encanto"?


Questione-se:


Nessa fase você começou a enxergar os defeitos e qualidades da sua família?
Você começou a procurar “sua tribo”?
Como você reage, quando alguém dessa faixa etária, lhe confronta sobre suas opiniões?