Data da oficina - 11/05/2024 das 9h às 12h
Local - Av. Lagedao 433 • Cidade Soberana • Guarulhos • SP
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A dona do barro. O fim e o recomeço.
Compreende o sétimo ciclo da mulher, dos 42 aos 49 anos de idade.
Assim se fecha um ciclo e somos convidados a pensar quais serão os caminhos que vamos percorrer de hoje até o momento em que o corpo irá retornar à sua origem mitológica.
Trocando em miúdos
- Dia: Terça-feira
- Cores: Anil, Branco e Roxo
- Símbolo: Bastão de hastes de palmeira (Ibiri)
- Elemento: Terra, Água, Lodo
- Domínios: Vida e Morte, Saúde e Maternidade
- Saudação: Salubá!
Nanã, a deusa dos mistérios, é uma divindade de origem simultânea à criação do mundo, pois quando Odudua separou a água parada, que já existia, e liberou do “saco da criação” a terra, no ponto de contacto desses dois elementos formou-se a lama dos pântanos, local onde se encontram os maiores fundamentos de Nanã.
Senhora de muitos búzios, Nanã sintetiza em si morte, fecundidade e riqueza. O seu nome designa pessoas idosas e respeitáveis e, para os povos Jeje, da região do antigo Daomé, significa “mãe”. Nessa região, onde hoje se encontra a República do Benin, Nanã é muitas vezes considerada a divindade suprema e talvez por essa razão seja frequentemente descrita como um orixá masculino.
Sendo a mais antiga das divindades das águas, ela representa a memória ancestral do nosso povo: é a mãe antiga (Iyá Agbà) por excelência. É mãe dos orixás Iroko, Obaluaiê e Oxumaré, mas por ser a deusa mais velha do candomblé é respeitada como mãe por todos os outros orixás.
A vida está cercada de mistérios que ao longo da história atormentam o ser humano. Porém, quando ainda na pré-história, o homem se viu diante do mistério da morte, em seu âmago irrompeu um sentimento ambíguo. Os mitos aliviavam essa dor e a razão apontava para aquilo que era certo no seu destino.
A morte faz surgir no homem os primeiros sentimentos religiosos, e nesse momento Nanã faz-se compreender, pois nos primórdios da história os mortos eram enterrados em posição fetal, remetendo a uma ideia de nascimento ou renascimento. O homem primitivo entendeu que a morte e a vida caminham juntas, entendeu os mistérios de Nanã.
Nanã é o princípio, o meio e o fim; o nascimento, a vida e a morte.
Sincretismo religioso
Nanã é a orixá dos pântanos, ligada pelo sincretismo católico a Sant’Ana, a avó de Jesus, homenageada em 26 de julho nos terreiros de Umbanda.
Sant’Ana (nome em hebraico que significa "graça") pertencia à família do sacerdote Aarão e seu marido, São Joaquim, pertencia à família real de Davi.
Seu marido, São Joaquim foi censurado pelo sacerdote Rúben por não ter filhos. Mas Sant’Ana já era idosa e estéril. Confiando no poder divino, São Joaquim retirou-se ao deserto para rezar e fazer penitência. Ali um anjo do Senhor lhe apareceu, dizendo que Deus havia ouvido suas preces.
Tendo voltado ao lar, algum tempo depois Sant’Ana ficou grávida. A paciência e a resignação com que sofriam a esterilidade levaram-lhes ao prêmio de ter por filha aquela que havia de ser a Mãe de Jesus.
O fim?
Muitas pessoas nesta fase acreditam que é o tempo de se preparar para o fim da vida. Mas a energia de Nanã nos coloca em outra direção.
"Dizem que quando Olorum encarregou Oxalá de fazer o mundo e modelar o ser humano, o orixá tentou vários caminhos.
...Foi então que Nanã Burucu veio em seu socorro.
Apontou para o fundo do lago com seu ibiri, seu cetro e arma e de lá retirou uma porção de lama.
Nanã deu a porção de lama a Oxalá.
...Nanã deu a matéria no começo mas quer de volta no final tudo o que é seu."
Esse é um tempo para finalizar uma vida e começar outra. É tempo de renascer. Tempo de pegar a “massa” que lhe moldou e remodelar.
"A rivalidade entre Nanã Burucu e Ogum data de tempos.
Ogum, o ferreiro guerreiro.
Era o proprietário de todos os metais.
... Nanã disse que não precisava de Ogum para nada pois se julgava mais importante do que ele.
...Que os sacrifícios feitos a ela fossem feitos sem a faca, sem precisar da licença de Ogum.”
Geralmente neste tempo também ficamos propensos a criar tabus onde eles não precisam existir. É necessário criar possibilidades de renovação e não se deter em barreiras que você mesma cria.
Refs.:
Wikipédia
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